NÃO É FEITIÇARIA, É TECNOLOGIA...
James Cameron revoluciona o cinema sempre quando não tem muito que fazer. Como o pai do Exterminador do Futuro e Titanic conseguiu fazer isso?
Avatar, seu mais novo filme conta a estória de um combatente, um militar paraplégico que entra no programa de avatares dando continuidade a seu irmão gêmeo falecido por um incidente corriqueiro em nossas vidas (cuidado), para poder retirar um minério existente apenas no planeta dos Na'vi, chamada Pandora. Esta pedra tão poderosa que custa bilhões é a única coisa que os humanos querem ao perturbar a cultura e os nativos deste planeta hostil e ao mesmo tempo, de cores que impressionariam Zhang Yimou.
O enredo como lido não tem nada demais, uma estória até mesmo boboca que não serve pra o que realmente temos que olhar. Para quem não conhece a magia que o cinema 3D faz aos nossos olhos e divertimento, pode-se dizer que é até mesmo perigoso começar a pensar num cinema onde a interação com a imagem é cada vez mais real. Porque posso dizer-lhe caro leitor que talvez possamos ignorar o simples fato que o cinema será somente um espetáculo sem grandes proporções narrativas. Como o próprio Cameron fez em seu Titanic , tão perfeccionista em seus detalhes, explorando um roteiro clássico com um pseudo-final-feliz quando a Rose fica diante de uma imagem etérea de Jack reforçando seu grande amor perdido no incidente do choque com os icebergs.
Cameron trouxe sua musa maior, a Sigourney Weaver, cientista que lançou livros e estudiosa dos Na'vi, onde parece se importar mais com eles do que com a própria raça horrenda de humanos. E em seu segundo filme do ano, Sam Worthington, o australiano que esteve presente no Tarminator 4 protagoniza como o cara aleijado que se submete ao experimento de usar a mente num corpo conectado, para ser como os Na'vi. Como em Matrix, o mundo real parece mais assustador que o mundo que a mente se conectou. É como o cinema, você fica grudado por algumas horas, conectado, achando que aquele mundo o qual assiste é melhor que sua vida real, interação com o mundo de forma paralela.
Enfim, Avatar de James Cameron é assombroso de detalhista, com uma narrativa sem nenhuma pretensão sequer, para apenas mostrar um dos maiores espetáculos espetáculos que o cinema viu este ano. A revolução de efeitos mais uma vez quebrada. Viva a tecnologia, o qual, de certa forma, é preocupante se formos pensar que o cinema vai ser isso, esta força simbiótica de pura magia visual, sem a mínima preocupação com a reflexão que a arte conseguiu implantar até hoje em nossas vidas.
Nota 9,0