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O MELHOR FILME DO ANO

Pode-se dizer que é exagero com tantas produções ótimas neste ano (Onde os Fracos não tem Vez; Sangue Negro; Na Natureza Selvagem; Piaf; Across the Universe; Desejo e Reparação; Conduta de Risco. Etc.), mas Juno foi realmente um filme inconfundível e extraordinário do diretor Jason Reitman (Obrigado por Fumar). O enredo é o seguinte: Uma adolescente que acidentalmente engravidou de Paulie seu melhor amigo decide ter o bebê que espera e dá-lo a um casal que tenha condições de criá-lo, já que não se considera em condições de ser uma boa mãe. Este texto, tirado do crítico Rodrigo Salem da revista SET fez um comentário sensacional, acompanhem:

“Histórias de amor eterno são tratadas de duas formas distintas no cinema. A primeira é de maneira fantasiosa: garota espera o príncipe encantado e ambos vivem felizes até os 80 anos, quando morrem de mãos dadas. A segunda é de forma cínica: o amor eterno não existe e a complexidade da relação um dia exigirá seu preço, jogando o casal (ou um dos lados do casal) numa orgia de confusão sentimental. Quando um filme consegue escapar dessas visões maniqueístas, uma obra-prima se forma. Foi assim com As Pontes de Madison, sobre o amor versus comodismo. Foi assim com Antes do Amanhecer, sobre o amor versus a inconveniência da distância. E é assim com Juno, surpresa indie do ano que consegue juntar a magia inocente do primeiro amor e as dificuldades desse amor (?) se manter na vida adulta.
O tema é tratado de maneira inteligentíssima pelo roteiro de Diablo Cody. Sua Juno (Ellen Page, sensacional), a garota que fica grávida na primeira transa e decide passar o filho (ou "a coisa", como costuma dizer) para um casal infértil, é uma daquelas personagens antológicas, apaixonantes e reais. Ao contrário da maioria das criações femininas jovens do cinema, Juno tem uma decisão a tomar e encara isso de forma verdadeira. Não há pais desajustados que irão chorar pelo destino "da minha menininha", não há o namorado canalha (neste caso, há o frágil corredor vivido por Michael Cera) e não há uma protagonista idiota e desesperada - é uma garota de inocência assumida, mas lida com isso de maneira esperta.
No meio de tanta bizarrice que vemos em filmes sobre adolescentes, Jason Reitman despiu-se
do cinismo que apresentou em Obrigado por Fumar e se revelou um diretor sensível e consciente de suas criações. E assim tratou o casal mais velho vivido por Jason Bateman e Jennifer Garner. É um cara com ambições diferentes, roqueiro e fã de filme de terror e quadrinhos, que evita se dedicar a isso porque a mulher não gosta. Essa relação simbiótica (ele se deixa levar pelo amor que sente e não percebe que mata o homem por quem se apaixonou ao podá-lo de seus prazeres) é cruel e comum. “Talvez seja o melhor de Juno: passar duas horas com pessoas interessantes que podem estar ao seu lado.”

Talvez, através deste texto, podemos sentir a simplicidade assustadora que é Juno, escrito pela Diablo Cody (ex-stripper) e sua importância no ideal feminino adolescêntico que escarra com delicadeza, uma rebeldia apaixonante da interpretação impecável de Ellen Page e dona também de uma das melhores trilhas do ano. Carismático, subversivo em questões da maturidade da protagonista e hiperdivertido.






Título Original: Juno
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 96 minutos
Ano de Lançamento (EUA / Canadá / Hungria): 2007
Site Oficial: www.foxsearchlight.com/juno


Estúdio: Fox Searchlight Pictures / Mandate Pictures / Mr. Mudd
Distribuição: Fox Searchlight Pictures
Direção:Jason Reitman
Roteiro:Diablo Cody
Produção: Lianne Halfon, John Malkovich, Mason Novick e Russell Smith
Música:Matt Messina
Fotografia:Eric Steelberg

Elenco

Ellen Page (Juno MacGuff)
Michael Cera (Paulie Bleeker)
Jennifer Garner (Vanessa Loring)
Jason Bateman (Mark Loring)
Allison Janney (Bren MacGuff)
J.K. Simmons (Mac MacGuff)
Olivia Thirlby (Leah)
Eileen Pedde (Gerta Rauss)

Rainn Wilson (Rollo)
Daniel Clark (Steve Rendazo)
Darla Vandenbossche (Mãe de Bleeker)
Aman Johal (Vijay)
Valerie Tian (Su-Chin)

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CONVERSATION

2 comentários:

Rick Lima disse...

Só um exclarecimento: Diablo Cody não é ex-protituta, e sim, ex-stripper. Cuidado com sua fontes amigão.

Demetrius Silva disse...

KKKKKKKKKKK, tem razão amigo, minhas fontes foram equivocadas. Concertarei o erro. Um abraço.