image1 image2 image3

HELLO I'M JOHN DOE|WELCOME TO MY PERSONAL BLOG|I LOVE TO DO CREATIVE THINGS|I'M PROFESSIONAL WEB DEVELOPER

O ORFANATO

Terror é um generozinho de filme difícil de resenhar. Não liguem para o contraste, mas é mais ou menos como a comédia: a graça das piadas depende muito do seu estado de espírito. Não vou entrar em detalhes qualitativos, mas com o terror, a “graça” do filme também depende do seu humor. Às vezes o filme é uma porcaria, mas assistido num clima perfeito rende bons sustos. Todavia, um filme de apuro técnico invejável muitas vezes passa batido por excesso de expectativa. Essa discussão renderia uma redação, porém, tudo isso era apenas para ilustrar um detalhe: existem exceções à regra. E, apesar de raros, alguns filmes de terror te envolvem mesmo. Mesmo que você não queira. E O Orfanato é um deles.

O longa de estréia do mexicano Juan Antonio Bayona tem uma premissa simples. Envolve passado, crianças, paranóia, paranormalidade e espíritos. Filmes com enredo comum, quando bem conduzidos, rendem pérolas como Os Inocentes e Os Outros; nas mãos mercenárias de um diretor operário somam ao trash obras dispensáveis como O Amigo Oculto. Sob a direção de Bayona e com o amparo na produção de Guillermo del Toro (expert em orfanatos desde que fez A Espinha do Diabo), o filme não só é bem conduzido como evolui a cada corte. E apesar do óbvio, não esperem fantasminhas japoneses carregados de maldições. A diferença toda do longa está no fugir do óbvio, do não saber o que está acontecendo. Nada é explícito, ninguém morre sem motivo, nem sustos fáceis são jogados desnecessariamente. A “graça” está no bom jogo de mostrar pouco e aos poucos. O clima desconhecido e angustiante rege o tom aterrorizante. Os fantasmas aqui habitam seu purgatório particular, não querem mexer com ninguém e nem querem ser ouvidos. Nós, vivos, é que entramos sem ser convidados no seu mundo sobrenatural, e o sumiço de uma criança é o estopim que força-nos à curiosidade mórbida de descobrir o querem e se têm algo a nos contar. Maldita natureza humana!

Bem amarrado e de um primor técnico de fazer corar alguns longas de terror e suspense de Hollywood (a fotografia e a trilha sonora são bons exemplos), o filme até peca em determinados momentos, mas, de seu início arrasador (os créditos de abertura bem que poderiam ter saído da mente bizarra de Tim Burton) até seu clímax com uma reviravolta de trincar os dentes, não há quem não se envolva por inteiro. E seu final “feliz” vem apenas para comprovar uma tese de que mortos não fazem mal a ninguém, nós é que fazemos mal a eles. Ops, espero não ter estragado nada. Acho que a mestra das resenha dos filmes de terror, Thalita, não cometeria essa gafe. Quer saber, não entreguei nada não. Se você não viu, veja porque o filme é uma obra-prima a ser descoberta.

Share this:

CONVERSATION

3 comentários:

Rick Lima disse...

Thanks pelo digníssimo!

Demetrius Silva disse...

É digno...não se acostume...

Vegeta disse...

Tarantino é o cara!!